Transporte de água na cidade e no interior foi reduzido desde a quinta-feira.

Seara foi mais um município da região a decretar Situação de Emergência em função da estiagem. Desde o final de fevereiro a falta de chuvas significativas causou prejuízos na agricultura e gerou transtornos na cidade devido às dificuldades no abastecimento de água.
A chuva registrada na última quinta-feira, que em alguns pontos ultrapassou os 100 milímetros, amenizou a situação, principalmente quanto ao transporte de água. Antes da chuva, conforme dados das secretarias do Interior e da Agricultura, cerca de 40 famílias eram atendidas com o transporte de água potável para o consumo humano, além de outras 30 propriedades com abastecimento para os planteis de aves, suínos e gado leiteiro e de corte. Ontem, foram atendidos apenas seis pedidos para transporte de água que haviam ficado pendentes.
Na cidade a Casan intensificou o transporte de água do rio Engano até a barragem de captação. Foram mais de 30 cargas de água transportadas todos os dias por cerca de duas semanas. Com o auxílio do poço profundo e a chuva registrada na quinta-feira, o transporte de água foi suspenso pelo menos até a próxima semana. A JBS também suspendeu momentaneamente o transporte até a barragem da empresa.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Seara, Carlos Paludo, “havia uma grande preocupação pela demanda de pedidos de água, tanto para consumo humano quanto para dessedentação animal. A água nos rios e nascentes do interior estava ficando escassa e a gente achou por bem montar o termo de Situação de Emergência para nos assegurar em quaisquer ações que a gente venha a tomar”. Carlos Paludo enfatizou ainda que segue o trabalho de abertura e construção de novas fontes no interior. “Nas últimas semanas equipes de funcionários da garagem e da Secretaria da Agricultura deram prioridade total para as fontes. A gente faz um tratamento com cloro para o pessoal usar a água, que é de excelente qualidade. Foram mais de 20 fontes construídas e o pedido é por pelos menos mais 15”.
Paludo ressaltou que o proprietário também deve se organizar, construindo cisternas e outros reservatórios de água que possam manter a propriedade abastecida em períodos de pouca chuva. “Quem tem a possibilidade de poder armazenar em caixas maiores é melhor. A gente pede para que as pessoas cuidem das nascentes e prestem atenção nos depósitos durante o ano para que não haja vazamento, além de economizar água”. Ressaltou que “a gente trabalha na Defesa Civil sempre com o pior cenário, então vamos nos preparar. Ainda é momento de economizar”.
Na agricultura, conforme o secretário Renato Tumelero, o levantamento completo dos prejuízos ainda não foi concluído. “A diminuição das pastagens está sendo suprida com silagem no momento. O que temos certo é um decréscimo na produção de milho, principalmente o safrinha”.

Abastecimento

Nova Teutônia foi uma das regiões de Seara mais afetadas pela falta de chuva, com cerca de 15 propriedades sendo abastecidas. A reportagem do Folhasete acompanhou na última quarta-feira a entrega de água feita pela Prefeitura na propriedade de Cassio e Jucieli Braun, moradores de Barra do Saltinho. Jucieli conta que “nos últimos dias começou a faltar água para a produção de suínos e gado de leite e foi fundamental essa ajuda do município”. Já com a chuva registrada na quinta-feira, a situação foi normalizada.