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A maior enchente da história

  • - Registro da inundação próximo ao Posto Biffi, no bairro Industrial

1983 As chuvas castigaram os três estados do Sul de forma intensa naquele ano

Há 40 anos Seara enfrentava a maior de todas as cheias já registradas na região. Aliás, o Inverno naquele ano chegava com força nos três estados do Sul.

Foram cerca de três meses de chuvas torrenciais, que causaram grandes estragos. Os registros da época dão conta de deslizamentos, desmoronamentos, alagamentos, mortes e destruição.

Em Santa Catarina, 135 cidades foram atingidas. Quase 200 mil pessoas ficaram desalojadas. O Estado contabilizou ainda 49 mortes. Foi decretado Estado de Calamidade Pública em vários municípios. Muitas cidades ficaram isoladas, sem eletricidade, com dificuldade de abastecimento de alimentos e de água. Foi a maior enchente do século XX.

Em Seara foi no dia 19 de maio o registro de um dos piores momentos. Seu Luiz Pereira Neto, o popular Risada, 72 anos, não esquece essa data. “É impossível não lembrar”. Ele, a esposa e os dois filhos moravam na avenida Beira-Rio, às margens do rio Caçador, do lado esquerdo da via de quem faz sentido Posto do Suca ao bairro Industrial. Recorda que a chuva intensa não cessava e o manancial que passava próximo à residência começou a subir. Com medo, a família precisou abandonar o lar para se abrigar na casa de amigos, a família Pires, na rua Três de Abril, parte mais alta da cidade. E foi a decisão mais acertada, porque a casa da família Pereira se partiu ao meio e foi arrastada rio abaixo. “Se a gente não tivesse visto, não acreditaria naquela cena. Não sobrou nada. Foi um desespero”.

A tristeza foi imensa e a perda material, enorme, mas Risada prefere olhar para trás e rememorar a parte boa. “A solidariedade da comunidade. Eu era bastante conhecido. A minha sorte é que fiz boas amizades”. Uma delas, que faz questão de ressaltar, é o amigo, já falecido, Levino dos Santos Abreu, o Riva. Foi com a ajuda dele e o seguro da casa que foi possível viabilizar uma nova moradia. A lição que fica “é que precisamos levantar a cabeça e recomeçar sempre”.

Flavio Ragagnin era o prefeito de Seara naquela época. “Foi uma catástrofe que atingiu o Estado todo”. Sobre os estragos no município, relata que dezenas de pontes ficaram destruídas. “Da barragem da Casan até a divisa com Itá, 68 pontes foram levadas pelas águas”. Destaca que “eu tive muita solidariedade do povo de Seara. Foi impressionante.

Conversei com a população, expliquei que não conseguiria refazer tudo sozinho. Então teve agricultor que botou trator e plataforma para ajudar na reconstrução. Foi esforço, em conjunto independente de lado político”. Lembra que ruas ficaram alagadas, houve deslizamentos e algumas famílias precisaram ser alojadas no Centro Comunitário e nas escolas”.

Conta que a enchente ocorreu poucos meses após sua eleição. “O Esperidião Amin era o governador. Fui para Florianópolis conversar com ele e pedir ajuda. No porto de São Francisco estavam construindo um estaleiro. Ali tinha vigas de concreto de 70x70. Esse material nos foi doado para refazer as pontes. Ainda hoje temos algumas delas com esta estrutura”.

Flavio Ragagnin voltaria a viver outra grande enchente como prefeito, esta no início de 1997.


Enchente deu origem à Oktoberfest

A Oktoberfest de Blumenau, considerada a maior festa de Santa Catarina, foi criada para auxiliar o município a se recuperar das enchentes de 1983 e 1984.

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