Agricultor familiar Gilso Giombelli produz diversos materiais, divulga e oferece capacitação para exploração das milhares de utilidades desta planta.

É impressionante tudo o que se pode extrair e produzir a partir do bambu. Planta da família das gramíneas e abundante no Brasil, o bambu é utilizado há milênios em alguns países como China, Índia e Tailândia, entre outros, para a construção de estruturas de casas, paredes, telhas, portas e janelas, mobiliário, utensílios de cozinha, objetos de decoração, cercas, pontes e até embarcações.

E não para por aí. Devido a sua flexibilidade e facilidade de manuseio, permite a produção dos mais diversos objetos, como instrumentos musicais, cestos, luminárias e vasos. E se você está achando que acabou, calma que tem mais. Tudo no bambu pode ser aproveitado. Esta matéria-prima é extremamente versátil. É utilizada também na produção de alimentos e ainda é cheia de propriedades medicinais. Sem contar que contribui para diminuir o efeito estufa, pois é um dos vegetais que mais libera oxigênio e absorve o CO2 (dióxido de carbono) da atmosfera.

No Brasil, diferentemente de outros países, há uma cadeia aberta para esta exploração, conforme o produtor searaense Gilso Giombelli, que desde a infância tem contato com o bambu. Desde a década de 90 participa de cursos e, nos últimos 15 anos, integra um grupo que tem investido na alternativa.

Na propriedade da família, em linha Forquilha, interior de Seara, cerca de 1,5 hectare é reservado ao bambu, com 10 variedades da planta. “O bambu tem muitas virtudes que ainda são desconhecidas. Dele podemos extrair do alimento básico até a substituição da fibra óptica. Para se ter uma ideia, somente a China, país que exporta bambu para o mundo todo, gera 80 milhões de empregos”. Ele afirma que o cultivo e a exploração não servem tão somente como renda extra, mas pode se tornar a principal fonte econômica de uma família e também gerar empregos.

O produtor esclarece que o cultivo não necessita de muitos cuidados e é ambientalmente sustentável. No entanto, é preciso conhecer a espécie e as técnicas de manuseio. O ciclo de crescimento é rápido, portanto, altamente renovável. “Quem estuda o bambu afirma que ele tem pelo menos nove mil utilidades para a humanidade”.

Para Gilso, é um hobby. Por ora, cria alguns pequenos móveis e utensílios, mas pretende investir na produção de alimentos e medicamentos. Nos últimos 15 anos contribuiu para organizar um grupo em Seara, com a parceria e apoio da CrediSeara, a Bambu Sol, que tem se dedicado a esta atividade. O Grupo é associado à Associação Catarinense do Bambu (BambuSC). “A minha principal atividade hoje em torno do bambu é divulgar para que outras pessoas possam aprender, porque tem toda uma cadeia aberta a ser explorada”.

Há no Brasil e em Santa Catarina leis de incentivo à cadeia do bambu. Quem se interessar em conhecer, aprender e explorar as vantagens que esta planta oferece pode entrar em contato com Gilso Giombelli através do telefone/Whats (49) 9 9828-4070.