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Atividade volta a preocupar

  • - Família Ritter está na atividade há 29 anos

Casal Valdecir e Tânia Ritter diz que últimos meses foram de baixa nos preços pagos aos produtores.

Em um período do ano em que historicamente os valores do leite reagem no mercado interno, o Inverno deste ano tem refletido exatamente o contrário, com redução do preço pago ao produtor. Segundo analistas, as importações de produtos lácteos aumentaram devido à diferença de preços entre a matéria-prima local e a fornecida por outros países como a Argentina e Uruguai, por exemplo.

A sobra de leite e derivados no Brasil faz com que os valores diminuam. Para o gerente do Fomento de Leite da Copérdia, Flávio Durante, “o cenário atual do setor é de baixa produção de modo geral no Brasil e também em Santa Catarina, mas de grande importação, com volumes elevados, que batem recorde mês a mês. Já o consumo de leite está bastante retraído e, logicamente, neste cenário os preços do leite, tanto ao consumidor quanto ao produtor estão reduzindo.”

Flávio Durante lembra que os meses de maio e junho foram de redução no preço pago ao produtor. “Para os próximos meses, a nossa expectativa é que haja uma estabilidade. Acredito que a atividade não entre numa crise profunda”.

O gerente do Fomento de Leite da Copérdia lembra que “o custo de produção se mantém consideravelmente elevado e que os produtores têm compromissos de investimentos que precisam ser pagos”. Durante acredita numa reação do mercado e em ações que impeçam o grande volume de importações de leite. “A expectativa ainda é de um ano satisfatório para a atividade leiteira, mesmo com algumas reduções nos preços”.

Nesta semana a reportagem do Folhasete conversou com alguns produtores de Seara para saber o real momento que a atividade atravessa. Valdecir Ritter, de linha Ipiranga-Seara, que juntamente com a esposa Tânia trabalham com cerca de 25 vacas leiteiras que rendem uma produção de cerca de 15 mil litros de leite por mês. “Os valores estão em queda nos últimos meses. O preço já diminuiu em torno de 30 centavos no mês passado e para julho a tendência é de mais 30 centavos de queda. Sempre no Inverno o preço subia, mas agora está acontecendo o inverso”.

O produtor destaca também que os custos de produção diminuíram um pouco, principalmente a ração, mas que ainda seguem elevados. “O problema foi o alto custo da silagem que produzimos para o ano inteiro. O custo para plantar foi elevado e, mesmo agora com redução do milho e do farelo de soja, o valor para se produzir leite ainda é alto”. Com relação aos preços, Ritter destaca que no último mês recebeu cerca de R$ 2,65 o litro. “Cobre os custos, mas poderia ser melhor, pois já chegamos a receber mais de R$ 3 o litro”. Já a esposa Tânia ressalta que a família está na atividade há 29 anos. “Esse não é o pior momento do leite, mas já foi bem melhor”.


Dados de Seara

Conforme dados da Secretaria da Agricultura de Seara, atualmente o município tem aproximadamente 600 propriedades que comercializam leite. O rebanho é de cerca de 14 mil matrizes e a produção fica em torno dos 150 mil litros de leite por dia. O secretário Renato Tumelero ressaltou que nos últimos meses “tivemos uma queda média de 50 centavos por litro de leite pago ao produtor, o que representa cerca de R$ 75 mil que deixam de circular mensalmente em Seara, diminuindo também o movimento econômico do município”.

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