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Benefício aos trabalhadores

Desde a antiguidade, o trabalho tem forte influência na vida das pessoas.

Estudos chamam a atenção sobre a importante ligação entre o tipo da atividade, a condição social e as doenças que os trabalhadores poderão desenvolver no futuro.
A construção de edificações, segundo a Previdência Social, é o segundo setor com o maior número de mortes em acidentes de trabalho no país, perdendo apenas para área de Transporte Rodoviário de Carga. Preocupado com essa realidade, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Chapecó (Siticom) criou o Setor de Saúde e Segurança, visando orientar, fiscalizar e denunciar todas as ações de trabalho inseguro e que exponham a saúde dos trabalhadores.
De acordo com a presidente do Sindicato, Izelda Oro, as empresas têm investido em equipamentos de segurança e treinamento dos funcionários. "Dá para dizer que melhorou nos últimos anos, porém o que ainda está faltando é a capacitação após o fornecimento dos equipamentos de segurança e a questão de coordenação do mestre de obra. Ele precisa compreender que uma falha pode ocasionar a morte do trabalhador". Defende que a primeira ação do dia seja a verificação dos equipamentos e as condições de saúde do funcionário antes de serem iniciadas as atividades normais. "Essa prevenção é o que ainda está faltando".
Segundo Izelda Oro, na questão de equipamentos de proteção individual e coletiva a situação melhorou bastante. "Mas antes mesmo de ter o alvará em mãos para construção a empresa teria que ter um programa de meio ambiente e condições de trabalho, que determina as questões de segurança em todas as etapas da obra e capacitação dos funcionários, além da área de vivência. Isso tudo não acontece. A parte de engenharia também não tem responsabilidade quanto a elaboração do projeto. Ainda é bem complexo sob esse aspecto", declara a presidente.
Realidade local
Izelda Oro aponta que em Seara a maior dificuldade de adaptação está nas pequenas empreiteiras. Reforça que o setor moveleiro tem melhorado bastante e que evolui muito mais que a construção civil. "Com urgência precisaríamos ter maior responsabilidades especialmente das empresas que fazem os projetos de segurança".

Normativas devem ser respeitadas
Conforme a presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Chapecó, Izelda Oro, existem duas normativas muito importante e que precisam ser respeitadas. "A NR 35 fala que a capacitação do trabalhador acontece em duas etapas. A primeira é a parte teórica e depois vem a prática, mas na região colocam os trabalhadores numa sala, passam um vídeo, falam sobre a normativa e depois eles vão trabalhar sem saber exatamente o que usar e como utilizar os equipamentos. É essa parte que é falha".
Já a NR 18 prevê o treinamento de seis horas do trabalhador antes de entrar na empresa. "Mas isso não acontece. A essência da prevenção está faltando e só o uso de equipamentos de segurança não vai evitar os acidentes". Reconhece que houve redução no número de ocorrências na região, mas alerta que é preciso ainda mais atenção e maior capacitação dos trabalhadores.

CONSCIENTIZAÇÃO Empresas e trabalhadores devem adotar medidas que minimizem os riscos
As empresas no ramo de construção civil e moveleiro são acompanhadas pelo Siticom de Chapecó. Desde que o acompanhamento iniciou, muita coisa mudou. O investimento na segurança do trabalhador é o principal ponto de avanço.
Nesta semana, a reportagem do Folhasete conversou com quem trabalha no ramo e foi possível observar melhorias na limpeza, organização e no uso dos equipamentos. A Bem Estar Construtora e Incorporadora de Seara é uma das empresas que têm investido em equipamentos de segurança individual e coletivo, além de realizar treinamento anual com os funcionários.
De acordo com o proprietário Jucimar Benetti, que trabalha no ramo há cerca de 20 anos, muita coisa mudou nesse período. "A segurança evoluiu bastante. Hoje o concreto vem pronto, assim como as ferragens. Muito material é levado de um andar para outro com máquinas. Facilitou bastante nosso dia a dia. Fazemos curso uma vez por ano e todos os funcionários participam. Todos usam os EPIs".
Benetti destaca que depois que houve maior cobrança pela capacitação e uso de protetores diminuíram os acidentes de trabalho. "Tivemos poucos acidentes graves. As mudanças ajudaram porque o pessoal ficou com mais certeza de que é necessário usar os equipamentos. Não posso reclamar dos meus funcionários, todos usam e são conscientes".
O construtor acrescenta que os investimentos necessários para garantir mais segurança na obra trouxeram benefícios para a empresa também. "Não tem preço que pague por um funcionário inválido ou machucado. Tem que fazer esse investimento. É melhor para eles e para nossa segurança também".
O pedreiro Valdair Rogério Gehlen trabalha há dois anos na construção civil. Segundo ele, antes de iniciar na atividade recebeu treinamento de segurança, que é renovado todo ano. "Temos os equipamentos à disposição e orientação sobre como usá-los. Ganhamos uniforme e botina que nos identificam e garantem mais segurança no trabalho". Conta que nunca sofreu acidente de trabalho, mas lembra que já presenciou alguns. Enfatiza que a família tem histórico na atividade de construção e que é evidente a melhoria nos canteiros de obras.
O colega Jacir Guilherme Wertmann está há nove anos no ramo e revela que a situação hoje está melhor para a segurança do trabalhador. "Quando precisa alguma coisa cobramos do patrão, que compra. Temos tudo o que precisamos". Wertmann que também já presenciou acidentes, mas que os equipamentos novos e os treinamentos têm ajudado a evitar ocorrências nas obras.
Conforme Wertmann e Gehlen, entre os companheiros de trabalho existe a cobrança para utilizar os EPIs. "Um cobra do outro se alguém não está usando".
Obrigatoriedade
Na construção civil os equipamentos obrigatórios são: capacete de segurança, protetor auditivo tipo plug ou protetor auditivo tipo concha, botina de segurança, máscara para poeira, máscara para produtos químicos, cinto de segurança tipo pára-quedista, luva de raspa, luva de látex, viseira de proteção, óculos de proteção e filtro solar.

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