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Brucelose leva prejuízo ao campo

Nos últimos dias, através de exames realizados em bovinos em propriedades rurais de Seara, foram detectados focos de Brucelose Bovina.

Por intermédio da Secretaria Municipal de Agricultura, Icasa/Cidasc, as propriedades estão sendo monitoradas e estão em processo de saneamento, que significa a identificação e sacrifício sanitário dos animais doentes. 

Como a Brucelose é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida para o ser humano, a unidade de vigilância epidemiológica municipal já realizou exames nas famílias dos produtores das propriedades envolvidas, e até o momento, todos deram negativos para a doença.
A Brucelose causa abortos nos bovinos, especialmente no final da gestação ou nascimento de terneiros fracos. Nos humanos provoca febre ondulante, ou seja, intensifica ao entardecer e diminui no amanhecer; mal-estar, cansaço, suores intensos, dores de cabeça e nas articulações.
A transmissão para o ser humano ocorre através do consumo de leite contaminado cru, ou mal fervido, ou de derivados do leite, como nata, iogurte, manteiga e queijos feitos com leite não pasteurizado, que é um processo eficiente para a inativação da bactéria Brucella sp., também pelo contato com as secreções, restos placentários e fetos de animais contaminados.
A bactéria pode ficar ativa por longos períodos nesses produtos elaborados com leite contaminado, a exemplo do queijo, onde pode resistir e ficar ativa por até 180 dias; iogurte, 96 dias; manteiga, até 120 dias e leite congelado, onde resiste por até 800 dias. O leite pasteurizado e seus derivados inspecionados não apresentam risco para o consumo. 
De acordo com a médica veterinária da Secretaria de Agricultura, responsável pela parte de sanidade animal, Kalinka Schimitti da Silva, em Seara, houve a confirmação da doença em quatro localidades. Esclarece que em uma delas, é possível que seja uma reincidência, pois há relatos de que há cinco ou seis anos atrás houve registro da doença nos animais desta propriedade, portanto, é provável que a bactéria não tenha sido totalmente exterminada.
Assegura que agora a situação está controlada. Explica que quando há detecção da doença, é realizado um exame preliminar e outro confirmatório no rebanho bovino. "Isso já foi feito e também relatado à Cidasc/ICASA, e parte dos animais foi sacrificada".
O procedimento sanitário adotado nessas situações é o sacrifício sanitário dos animais doentes e o monitoramento do restante do rebanho, para descarte do surgimento de novos animais reagentes. Como trata-se de uma zoonose, é emitido também um relatório para a vigilância epidemiológica e as famílias das propriedades afetadas passam por exames de saúde. 
Como medida sanitária inicial, a propriedade fica interditada: todos os animais são submetidos a exames, onde os positivos são sacrificados sanitariamente, em estabelecimento com Inspeção Estadual ou Federal, onde as carcaças são totalmente condenadas, não sendo utilizadas para consumo de humanos e animais. O leite produzido por estes animais também tem o mesmo destino. "Após 30 dias da saída dos animais positivos, todo o rebanho bovino é retestado e deve negativar para a doença. Devendo ser realizado mais um exame, dentro de 60 dias e apresentar resultados negativos. Somente após o seguimento desse protocolo a propriedade será desinterditada e liberada para a movimentação dos animais". Após seis meses, um novo exame é realizado em todos os animais para a confirmação da eficiência do saneamento. "É importante ressaltar que, no ser humano, a doença possui tratamento gratuito e tem cura, recebendo acompanhamento integral da Vigilância Epidemiológica Municipal. As secretarias municipais de Agricultura e Saúde e o Icasa/Cidasc, estão à disposição para esclarecer possíveis dúvidas a respeito".
Vacinação
Santa Catarina não realiza a vacinação contra brucelose e tuberculose, porque é considerada zona livre destas doenças.

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