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Celebração a colonos e motoristas

Terras férteis, extensas e clima propício para a agricultura. O Brasil é um dos principais produtores e fornecedores mundiais de alimentos.

O país se destaca na produção de culturas, como soja, milho, arroz, feijão e cana-de-açúcar. Em se tratando da comida que chega à mesa dos brasileiros, a principal responsável por este feito é a agricultura familiar, que responde por cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil.
O pequeno agricultor ocupa papel decisivo na cadeia produtiva que abastece o mercado brasileiro: mandioca (87%), feijão (70%), carne suína (59%), leite (58%), carne de aves (50%) e milho (46%) são alguns grupos de alimentos com forte presença da agricultura familiar na produção. Esses dados mostram o trabalho contínuo de amor e total dedicação dos produtores rurais, que realizam a parte mais importante nesse processo. Por isso, são tratados com honra neste 25 de julho, Dia do Colono e do Motorista.
O Folhasete traz o exemplo de dois agricultores, dona Geni Steindorff, 81 anos, e seu Segundo Ernesto De Prá, 88 anos, de linha Pavão, interior de Paial. Ambos são produtores rurais desde pequenos, ofício que passou de geração em geração. Hoje, apesar de aposentados, marido e mulher ainda seguem na lida, mas agora a produção é mais para o próprio consumo.  
Dona Geni relata que o trabalho na roça anteriormente era muito mais difícil. "Era tudo manual, sem adubo e só a enxada mesmo". Para ela, a desvalorização do trabalho do produtor é a parte que mais entristece. "Esse é o atraso do colono. O preço que pagam agora é o de 50 anos atrás e nas prateleiras aumenta toda hora". Ainda assim, mantém um amor arraigado pela lida na lavoura. "Desde criança eu ia pra roça com meus pais", revela. Ela deixa uma mensagem especialmente aos jovens. "Não abandonem a terra.Fiquem na colônia para produzir mais alimentos, porque as prateleiras estão ficando vazias e daqui a pouco o povo vai passar fome".
Outros produtores que permanecem firme no trabalho do dia a dia em Paial são Jorge Stanke, 82 anos, Quirino Munaro, 87 anos, e Egidio de Moura, 82 anos.
Paixão pela agricultura
Seu Segundo De Prá também é um apaixonado pelo campo. Com muita história pra contar, afirma que trabalha na agricultura desde o tempo em que o transporte era feito com cangalhas. Ele tem orgulho da profissão. "Uma vez fui morar na cidade, mas não gostei e voltei pra roça", finaliza.

O sustento tirado da estrada
O produto que sai da terra e sacia a fome da humanidade passa pelas mãos do motorista. A missão deste profissional também é árdua. Para cumpri-la, enfrenta adversidades de toda ordem, mas persiste.
Dados parciais do Registro Nacional do Transportador Rodoviário de Carga revelam que 84% dos transportadores são autônomos e detêm mais da metade da frota brasileira, totalizando aproximadamente 553 mil motoristas. A Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) tem cadastrados mais de 650 mil registros de transportadores. O número de empresas não chega a 100 mil.
Primo Magri é motorista de caminhão desde a década de 70. Consta em sua Carteira Nacional de Habilitação a data de expedição do documento, 16 de setembro de 1976. É uma vida inteira dedicada ao transporte. Hoje, aos 60 anos, permanece na estrada. O sustento da família, segundo relata, sempre foi através dos milhares de quilômetros rodados dentro e fora do Brasil.
Magri afirma que gosta do que faz. Mas, como em tudo, tem o lado bom e a parte difícil. "A melhor parte é sempre poder voltar para casa bem e reencontrar a família depois do dever cumprido". Já a parte complexa, segundo ele, principalmente nos dias atuais, é a insegurança. "Corremos risco o tempo todo, até na hora de descer do caminhão. E também as precárias condições das estradas".
Enquanto autônomo, afirma que as condições do ofício são um pouco mais favoráveis. Outro ponto positivo de sua empreitada é que conhece praticamente o país inteiro. Em contrapartida, precisa ficar dias e dias fora de casa. "Eu não vi meus filhos crescerem e agora não vejo os meus netos". Ainda assim, ressalta que tem muito a agradecer. "O que tenho, meu capitalzinho, o estudo dos meus filhos e o sustento de minha família consegui trabalhando com o caminhão".
No momento em que comemora o Dia do Motorista, lembrado em 25 de julho, assegura que se pudesse escolher outro caminho, o faria. "Porque hoje em dia é muito difícil viver na estrada".

 

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