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Força para superar os desafios

Duas histórias. Dois personagens. Porém os enredos são bastante semelhantes.

Elói Colossi é searaense, Ivo Dose é morador de Itá. Ambos levavam uma vida normal até sofrerem acidentes que transformaram suas vidas da noite para o dia. Os dois tiveram lesão medular por consequência de queda de altura e passaram à condição de cadeirantes.
Foi uma mudança bastante drástica para quem levava uma vida totalmente independente. Mas é preciso seguir, porque a vida não para. A parte mais dolorosa, de acordo com Elói e Ivo, foi a aceitação da nova condição. Depois foi preciso tratar a saúde mental e física e se reeducar para uma vida até então completamente estranha. No fronte desta batalha, além da readequação dos espaços de suas moradias para garantir a mobilidade, a situação mais complexa é a locomoção nos espaços públicos, com acessos que barram a independência do cadeirante.
Elói Colossi que atua no ministério da animação das celebrações da igreja católica, sofreu o acidente há seis anos. "A gente passa por uma reeducação a partir do acidente. É preciso buscar novos meios diante de uma limitação".
No Hospital Sara Kubitschek, em Brasília, Elói e Ivo receberam o maior impulso para a reabilitação. A acessibilidade é citada pelos dois como um entrave para que a rotina seja facilitada. Falta de calçadas adequadas com rampas, acesso dificultado aos estabelecimentos comerciais e públicos, carência de vagas de estacionamento e o desrespeito precisam receber atenção de parte das autoridades e da própria sociedade. "Já estamos limitados e se as condições de acessibilidade não vêm ao encontro da nossa realidade, dificulta muito", relata Colossi. Seara, segundo ele, precisa rever essa questão. "Às vezes precisamos trafegar no mesmo espaço que os veículos e isso nos põe em risco". Cita que mesmo com vagas para cadeirantes que tenham veículos adaptados, o espaço para embarque e desembarque não é suficiente para a mobilidade. "É preciso que a metragem deixada seja superior à atual. Hoje posso estacionar o carro na vaga, mas sair e entrar dele com a cadeira é complicado".
Dose é empresário do ramo de seguros e sofreu o acidente em novembro de 2014, diz que o fato de ser uma pessoa conhecida em seu município auxiliou nesta questão da acessibilidade. "Eu, em relação às calçadas aqui em Itá, vejo que estas estão relativamente adaptadas. O problema são alguns acessos aos estabelecimentos, mas como tenho intimidade com os comerciantes, a gente pede. Alguns já providenciaram. Até brinco com alguns dizendo 'não compro na tua loja porque não consigo entrar nela'. Isso tem melhorado. Aqui me movimento bem, tenho bastante independência, mas nas cidades vizinhas é um grande problema".
Vontade de viver
Ao contrário do que se pensa, não é o portador de necessidades que precisa de adaptar às condições físicas da cidade e sim ao contrário. É um direito de todos o livre acesso. Ivo e Elói afirmam que o processo de transição para a nova realidade não foi fácil, mas tornou-se menos dolorido com o apoio das famílias e amigos. Elói é especialmente grato à esposa Ivanir. Citam que o atendimento qualificado prestado no Sara Kubitschek e, especialmente o querer seguir a vida com qualidade e alegria. A fé, segundo eles, foi a força motriz.

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