Estado deve colher mais de cinco milhões de toneladas de grãos

Depois de mais um ano de dificuldades no setor produtivo, lideranças do agronegócio catarinense estão com boas expectativas para esse ano de 2023, principalmente no que diz respeito à produção de grãos. O problema é que o ano de 2022 não foi bom quanto à produção de milho e soja no Estado.
Na avaliação do vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, “em 2022 tivemos alguns problemas com relação à produção de grãos. Repetimos o problema da estiagem e a praga da cigarrinha, principalmente na questão do milho, onde deixamos de colher cerca de um milhão de toneladas do cereal. No total Santa Catarina colheu 1,7 milhão de toneladas e, com isso, foi obrigada a voltar a importar cerca de seis milhões de toneladas de milho para fazer frente à necessidade do sistema agroindustrial, especialmente criação de aves e suínos.”
Já com relação à soja, Barbieri ressaltou que “colhemos uma safra normal no ano passado. Exportamos cerca de 80 milhões de toneladas, de 125 milhões de toneladas produzidas, suprindo as necessidades do mercado interno e não tivemos problemas de abastecimento. Já na questão dos preços percebe-se uma estabilidade, pois há praticamente dois anos a soja está cotada em média a R$ 170 a saca.”
O vice-presidente da Faesc destacou que “nós não tivemos nenhum problema de abastecimento. É claro que os produtores de milho tiveram quebra na produção em função de pragas e da estiagem. Já a soja manteve os níveis de produção, por ser mais resistente”. No que se refere aos custos de produção, Barbieri disse que “o grande problema é que a partir do ano passado os insumos (sementes, fertilizantes e defensivos) para produção de milho e soja subiram muito, praticamente dobrando de preço. Neste ano de 2023 os preços continuam na mesma situação, então vejo que é um ano bastante difícil. Os produtores precisam colher uma safra boa para fazer frente aos custos de produção”.
Milho e soja estão entre as principais culturas produzidas pelo Estado. Segundo Barbieri, esses produtos devem ter uma produção muito boa nesta safra deste ano. A expectativa é de que Santa Catarina colha entre 2,5 e 2,7 milhões de toneladas de milho e cerca de 2,7 milhões de toneladas de soja.
Com relação aos demais cereais produzidos por Santa Catarina, Barbieri destacou a produção de trigo, que alcançou as 300 mil toneladas produzidas na safra passada, além da produção de arroz, que vem crescendo e ocupa 150 mil hectares, principalmente nas regiões Sul e do Vale do Itajaí.

Dados

Na avaliação do vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina, Enori Barbieri, com relação à safra nacional, as condições climáticas e as pragas não devem causar grandes prejuízos. A estimativa é que sejam colhidas 130 milhões de toneladas de milho e 150 milhões de toneladas de soja. “Em 2022 o Brasil exportou 43 milhões de tonadas de milho, pois o mercado internacional também demandou bastante deste produto”, finalizou Barbieri.