Com um público menor que nas assembleias anteriores, os servidores municipais de Seara aceitaram com insatisfação de parte da maioria a proposta de 6% de reajuste salarial oferecido pelo Executivo.

A assembleia extraordinária do Sindicato dos Trabalhadores, Funcionários e Servidores Municipais aconteceu na quarta-feira à noite na sede da entidade.
O prefeito Kiko Canale e o secretário de Administração, Neri Cosmann, estiveram presentes. Já no início o prefeito fez a explicação do índice proposto e com dados regionais e estaduais em mãos justificou que o momento é de cautela. Lembrou que no ano passado, por exemplo, o reajuste foi maior, mas que foi apenas o índice da inflação e que os trabalhadores não tiveram ganho real. Se comprometeu em atender outros anseios dos funcionários públicos e que, se houver melhora na arrecadação municipal, em outubro dará mais um 1% de aumento salarial.
Kiko Canale enfatizou a preocupação com os gastos da máquina pública. Segundo ele, atualmente 47,9% da arrecadação é comprometida com folha de pagamento e com o reajuste de 6% passará para 51,72%. "O que é considerado o limite prudencial com pessoal". Acrescentou que "não é o que gostaríamos, mas estamos no limite".
Após as explicações do prefeito os funcionários deram continuidade a assembleia e colocaram em votação o acordo coletivo. A maioria aprovou, mas diversos funcionários deixaram claro a insatisfação. O presidente do Sindicato, Arival Cruz do Nascimento, acredita que a baixa na participação do encontro foi o descontentamento com a negociação.
A proposta apresentada prevê reajuste de 6% nos salários e vale-alimentação de R$ 180,00 e mais um vale de final de ano de R$ 100,00 cada trabalhador. Além disso, o pagamento do 13º salário será antecipado para 20 de novembro e a vice-presidente do sindicato, Marlise Wortmann, foi cedida pela Administração para trabalhar todas as sextas-feiras à tarde na sede da entidade. A inflação do período foi de 3,987%, abaixo do estimado, que era de 4,25%. Diante do índice oficial e da proposta do governo municipal, o funcionalismo teria ganho real de 2,013%.
O projeto de acordo coletivo foi encaminhado ontem à tarde ao Legislativo para aprovação em regime de urgência. A data base dos servidores municipais é maio.
Agentes políticos
O subsídio para agentes políticos, como prefeito, vice, vereadores e secretários que compõem o Executivo, terá um índice de reajuste diferenciado. O acréscimo diz respeito à inflação do período de janeiro a abril, que ficou em 1,06%. O prefeito, que atualmente ganha R$ 16.173, receberá R$ 16.344. O vice-prefeito, que recebe R$ 7.701, passará para R$ 7.782. Os secretários têm recebimento mensal de R$ 7.085 e com o incremento ficará em R$ 7.160. Os vereadores hoje recebem R$ 2.717,00 e a partir do reajuste ficará em R$ 2.746. Já o presidente do Legislativo, que tem subsídio de R$ 4.075, passará a receber R$ 4.140.