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Queda nos preços preocupa produtores

  • - Momento é também de redução na produção de leite, conforme o produtor Airton Giombelli

Uma época que historicamente foi de 'vacas gordas' para a produção leiteira de Seara e região, com pastagens abundantes de Inverno, aumento na produção e bons valores pagos aos produtores, este ano não está trazendo grande lucratividade para quem aposta nesta atividade como o carro-chefe da propriedade.

A avaliação é das principais lideranças do setor leiteiro e também do produtor, que sente no dia a dia as dificuldades e desafios enfrentados.
Em junho algumas empresas que absorvem o leite produzido na região reduziram o valor pago ao produtor e a tendência é de novas quedas. O presidente do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite de Santa Catarina (Conseleite), Adelar Zimmer, se mostrou surpreso com as baixas. "É a primeira vez nos últimos dez anos de acompanhamento que o preço do leite sofre retração entre os meses de maio e junho, com mais uma queda de três centavos já confirmada neste mês de julho, época que historicamente é de alta e que o produtor fazia aquela gordura para os períodos de baixa".
Zimmer atribui a diminuição no valor pago ao produtor ao mercado. "Caiu muito a venda do leite longa vida e isso prejudica o mercado, pois o estoque aumenta e derruba o preço". Além do preço em retração, a produtividade também vem diminuindo, o que elimina qualquer lucro do produtor, segundo o dirigente. "As pastagens típicas de Inverno apanharam muita chuva em maio e não tiveram a evolução ideal para o período. A consequência é a diminuição também na produção de leite".
Para o gerente do setor de leite da Copérdia, Flávio Durante, os indicativos de mercado apontam para queda nos preços do leite. "O principal fator que está contribuindo neste momento para a baixa são os altos volumes de importação. Há empresas importando grandes quantidades da Argentina e Uruguai, onde os preços são inferiores que os do Brasil".
Durante também aponta a diminuição do consumo, levando em conta a situação econômica conturbada em que o país atravessa, e o crescimento da produção. "Mas isso não influencia muito, pois tivemos um período de muitas chuvas na região, o que afetou pastagens e os insumos que servem para a alimentação do rebanho leiteiro".
Quem sente os reflexos do momento de instabilidade na atividade leiteira é o produtor. Airton Giombelli, 47 anos, produtor de linha Forquilha, que atualmente trabalha com 37 vacas em lactação, tem uma produção média de 16 mil litros por mês. "O excesso de chuva atrasou as pastagens. A produção diminuiu e agora o preço cai também. No ano passado ganhamos dinheiro apenas em dois meses e neste ano tinha dado uma equilibrada, mas com o preço baixando fica complicado".
Giombelli entrega a produção para a Copérdia. "Investi bastante em sala de ordenha, maquinário e resfriador. O lucro é a qualidade. Nos últimos meses conseguimos todos os incentivos".
Referência
O Conseleite, definiu os valores pagos aos produtores para este mês de julho. Leite acima do padrão: R$ 1.31; leite padrão: R$1,14; e leite abaixo do padrão de qualidade: R$ 1,04.

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