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Searaense brilha com composições do estilo hip hop

  • - Andressa Vortmann Versa é a MC Versa

Rapper MC Versa conquista premiação nacional e começa ganhar repercussão nacional.

Ela é jovem e consciente. Forte, corajosa e determinada. E precisou ser, porque essas qualidades tornaram possível a conquista de um espaço disputadíssimo e, muitas vezes, restrito aos homens.

Ela é a searaense Andressa Vortmann Versa, a MC Versa, uma das vencedoras do 7º Prêmio Profissionais da Música Brasileira na categoria Hip Hop Feminino, entregue durante uma cerimônia em Brasília no dia 3 de junho, num evento que durou quatro dias.

Desde pequenina Andressa era cheia de atitude, curiosa e desbravadora. O foco, além dos estudos, prioridade que sua mãe Neusa nunca abriu mão, era buscar a independência. Aos 15 anos, foi estudar e morar em Chapecó. Na escola, ingressou num movimento estudantil que repercutiu positivamente e então veio o convite para que esse mesmo movimento fosse construído na capital do Estado, dentro do Instituto Estadual de Educação, um dos maiores colégios catarinenses. Cursou Serviço Social e produção cultural, mas não chegou a concluir a graduação.

Ficou por dez anos em Florianópolis. E foi ali que tudo aconteceu. Nesta semana, MC Versa contou um pouco de sua trajetória ao Folhasete. A rapper é respeitada e reconhecida no meio. Onde o improviso dá o tom, a menina, valente, chega junto e dá o recado de gente grande. Nas competições que a projetaram, a inspiração para os duelos entre meninas e meninos também vem principalmente das suas vivências. “E estou numa fase de compartilhar e escrever sobre coisas que almejo conquistar, sobre amor próprio e me valorizar, conseguir me divertir e realmente viver a vida que eu sempre quis”, relata.

Não é fácil competir nas batalhas. Tem que ter coragem e ser bom para se arriscar. “Com certeza, a batalha me ajudou muito a construir minha autoconfiança, mas é muita prática e treino. Quanto mais você faz, melhor fica”. Ela conta que hoje “há muitas mulheres fazendo cultura no Brasil, mas elas ainda são muito invisibilizadas, principalmente no hip hop, que é uma das culturas bem masculinas. Eu comecei a rimar na “Batalha das Mina”, organizada por mulheres, pessoas trans e não binárias em Floripa em 2016. De lá consegui colocar meu trabalho para frente. A gente organizou nosso próprio espaço, já que eles não nos queriam no espaço deles para nos fortalecermos e mostrar que também sabemos fazer arte. Então passamos a duelar nas batalhas mistas, ganhamos essas batalhas, aí eles entenderam que precisavam nos respeitar, porque a gente sabia o que estava fazendo, que tínhamos talento e o direito de construir aquela cultura juntos”.

Protagonismo

Empoderamento e protagonismo feminino são as pautas que a movem. MC Versa reconhece que as dificuldades não cessaram, mas os tempos têm sido outros, mais amenos. Ainda faz enfrentamentos, porque é mulher e jovem. “E também porque construo uma cultura periférica e ali existe muito racismo contra essas culturas do hip hop, funk... É uma luta diária. A gente tem que correr bem mais para ser respeitada, mas vale muito a pena pelo feedback que recebo de outras mulheres que se inspiram, que começaram a fazer porque me viram fazendo. No final, é isso que importa. Vejo que tem tido uma evolução nesse ponto, na discussão, na preocupação com a quantidade de mulheres que tem espaço. Os eventos estão mais criteriosos, graças ao fato de nós, mulheres, termos nos organizado e estarmos cobrando, lutando para isso. Tem muito a evoluir, mas já andamos bastante”.


Busca pelo reconhecimento nacional

MC Versa hoje mora em São Paulo e o plano é se inserir mais no eixo Rio-São Paulo. “Ter meu trabalho reconhecido nacionalmente como referência no hip hop. Quero aprimorar meu trabalho como produtora cultural. Também faço trabalhos de modelo. Estamos prospectando firmar parcerias com marcas, fechar publicidades para tornar minha carreira sustentável e garantir melhor qualidade para minha equipe e eu realmente podermos viver da música”. A rapper searaense contou que “em breve vou soltar meu primeiro álbum com feet com três meninas do Sul e mais uma do Rio. Até o final do ano estará nas plataformas digitais. Estou bem feliz com essa conquista. Meu projeto é dar mais visibilidade às meninas e aos artistas do Sul nesse lugar do eixo cultural do país”.

A relação com Seara é estreita pelas raízes, porém mais com os amigos que deixou, já que a mãe atualmente mora em Itá e uma irmã, em Chapecó. “Vou com frequência para Itá e amo, porque é uma pausa na minha rotina superagitada. Minha mãe é incrível. Ela super me apóia”. MC Versa também tem um sonho especial. “Quero muito um dia fazer um show em Seara. Seria incrível poder cantar na cidade que nasci”.

No final de 2022, a rapper searaense lançou durante uma apresentação no Centro Histórico da Capital catarinense seu mais novo clipe de trabalho, intitulado “Plano Perfeito”, música que fecha o terceiro EP. Já venceu mais de 200 batalhas em três estados. O segundo EP foi “A confusão das transformações inesperadas”, com seis faixas. MC Versa já se apresentou em palcos como Floripa Jazz, Duelo de MCs, Alma Festival e batalhas e festivais independentes espalhados pelo Brasil. Além disso, já performou nas playlists Virais Florianópolis e Só as Minas.

Outro clipe da artista disponível nas redes é “Correndo”, lançado em 2022 e que superou 20 mil visualizações no YouTube. Antes dele, o clipe “Escolhas”, de 2021, teve 32 mil views. O recordista até o momento é “Sonhando Alto”, com 48 mil visualizações.

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