Objetivo é reduzir problemas provocados por aglomerações

Casos de perturbação do sossego público não são novidade em Seara. Há bastante tempo moradores têm reclamado do excesso de barulho, bagunça, algazarras e bebedeiras durante as madrugadas.

Os casos se avolumam especialmente aos finais de semana. Já houve inclusive registro de agressões graves, ameaças e limitação na livre circulação de pessoas pelos locais. Estas aglomerações também provocam um problema ambiental, com o acúmulo de lixo espalhado pelas vias e calçadas.

Apesar de acontecer em outros pontos da cidade também, o foco das aglomerações é o bairro Industrial, principalmente nas proximidades da JBS. Ao debater o assunto na Câmara de Vereadores nesta semana, o vereador Rafael Batisteli cobrou a participação da empresa na busca por uma solução. O mesmo aconteceu em Concórdia em relação à BRF, em cobrança feita pelo presidente da Câmara, Fábio Ferri. O entendimento é de que a maior parte das pessoas que participam destas aglomerações é de funcionários das indústrias. Estas ocorrências têm sido tema de discussões recorrentes também nas reuniões do Conseg de Seara.

O caso que desencadeou as últimas manifestações foi registrado na madrugada do último domingo. Cerca de 100 pessoas que estavam aglomeradas não acataram às ordens da Polícia Militar, que havia ido ao local depois de reclamações de moradores próximos. Foi preciso chamar reforço e, mesmo assim, houve dificuldade para controlar a situação. O vídeo divulgado pela Polícia Militar provocou fortes reações e dezenas de comentários. Ninguém foi preso, mas várias pessoas terão que comparecer em juízo para prestar depoimento.

Diante da forte repercussão em toda a região, Executivo, Legislativo e Polícia Militar se reuniram na tarde da segunda-feira, 22. O prefeito Kiko Canale prometeu a publicação de um decreto para restringir a venda de bebida alcoólica, considerada a maior causa destas confusões. O comandante da Polícia Militar de Seara, tenente-coronel Claudemir Ronning, reconheceu a dificuldade em controlar este tipo de ocorrência, que está cada vez mais comum.

Limitações

O decreto assinado pelo prefeito Kiko Canale foi publicado na terça-feira, 23. O documento limita o funcionamento e a venda de bebida alcóolica em bares, conveniências e supermercados até a zero hora. Restaurantes e similares poderão fazer a comercialização entre 8h e 1h. As aglomerações de pessoas que gerem perturbação do sossego público estão proibidas. O decreto tem validade de 60 dias, podendo ser prorrogado. O desrespeito às normas provocará a aplicação das sanções previstas em lei. A fiscalização ficará a cargo do Poder Público Municipal e Polícia Militar.