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Em quase 20 anos, situação se agravou

O campo sempre foi um dos destaques nestes 20 anos de circulação do jornal FolhaSete.

Neste mês de maio  em alusão aos 20 anos de atuação do jornal, o veículo deu início ao resgate de 20 de suas principais reportagens. 

Na edição de 26 de abril de 1997, o então "Seareiro FolhaSete" exibia matéria de capa intitulada "Agricultura pede socorro", divulgando um levantamento realizado pela Epagri, Embrapa e Copérdia e que mostrava o descaso e a difícil realidade em que o setor agropecuário vivia.
Na época, uma pesquisa com cerca de 8.927 propriedade rurais da região apontava que 65% dos agricultores tinham áreas de terras pequenas e 51,9% apresentavam renda anual inferior a R$ 9 mil. Os dados revelavam também que 12% das famílias viviam em estado considerado de miséria, com renda de R$ 2,5 mil ao ano. De forma geral, os métodos de produção e as atividades desempenhadas não apresentavam a rentabilidade necessária para a manutenção do homem no campo. 
O engenheiro agrônomo Ari Geraldo Neumann salientava que era necessário os agricultores se unirem e buscarem trabalhar em associações, pois o estudo apontava que mais de 20% das propriedades rurais estavam inviabilizadas. Neumann está em viagem ao exterior, por isso não foi localizado pela reportagem.
Quase duas décadas após a primeira reportagem, o FolhaSete faz nova análise da agricultura na região. Houve mudanças, porém não tão significativas, de acordo com o presidente da Copérdia, Valdemar Bordignon, que na época era o vice-presidente da cooperativa em que as propriedades associadas foram pesquisadas. Conforme Bordignon, de lá pra cá muita gente deixou a atividade. "O cenário não mudou muito. A diferença é que as propriedades que estão mais consolidadas buscaram a diversificação, como leite, aves, suínos e lavoura. Assim, ainda conseguem se manter e, quem sabe, deixando o sucessor, porém as que tinham dificuldade não existem mais. Ainda é preocupante, pois não há por parte do poder público um trabalho direcionado ao fortalecimento da agricultura".
O presidente destaca que "ainda precisamos de melhores condições de infraestrutura no campo. Temos dificuldades nos acessos, comunicação e  empecilhos ambientais. Desse jeito, o jovem busca outras alternativas. Existe uma redução considerável de propriedades rurais".
Há décadas lidando com o agronegócio, Bordignon foi convicto ao afirmar que "a agricultura da nossa região ainda pede socorro. Atualmente, mais do que nunca, pois a suinocultura e a avicultura passam por um dos piores momentos da sua história, especialmente pelo alto custo da produção". 
Quanto à renda das propriedades, o presidente observa que "evoluiu muito, sendo cerca de cinco vezes maior que da época, porém os custos também subiram, ou seja, pouco mudou, mas temos que admitir que a agricultura na propriedade que não evoluiu tem prazo curto".

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