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O alerta contra a gripe aviária

  • - Francisco Canossa destaca que a entrada na propriedade é totalmente restrita

STATUS Lideranças e produtores se unem para evitar a chegada da doença em Santa Catarina e não comprometer o mercado, já que as aves são o principal produto de exportação do Estado

A carne de frango é o principal produto exportado em Santa Catarina, o que torna o Estado o segundo maior produtor do Brasil. São aproximadamente seis mil avicultores concentrados nas regiões Oeste e Meio-Oeste dedicados à produção de aves de corte.

No primeiro quadrimestre Santa Catarina exportou um total de 366,3mil toneladas, com receitas de US$ 786,2 milhões. O Estado foi responsável por 23,4% das receitas geradas pelas exportações brasileiras do produto nos quatro primeiros meses do ano. As informações são do boletim agropecuário de maio da Epagri.

Todos esses números evidenciam a grandeza e o impacto que uma interrupção na produção e nas exportações de carne de frango poderiam causar ao Estado e, consequentemente, ao país. A confirmação do primeiro caso de Influenza Aviária no Brasil, no dia 15 de maio, acendeu o alerta. Até agora já são 13 registros oficiais relacionados a aves marinhas e aves silvestres migratórias no Espírito Santo, Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. O caso mais recente no estado gaúcho foi confirmado na Estação Ecológica do Taim. O local está interditado para visitação desde a identificação da suspeita. “Como são aves silvestres, não nos obriga perante à Organização Mundial de Saúde Animal a suspender as exportações”, comenta o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, em entrevista ao jornal Folhasete nesta semana. “Somos o maior país exportador de carne de frango do mundo e em Santa Catarina esse é o principal produto de exportação. Se nós tivermos algum problema, será uma catástrofe econômica pela importância que essa atividade tem”, destaca.

A situação é preocupante, mas, conforme Barbieri, o Estado ainda é o que mais tem vigilância e cuidado com a sanidade animal no Brasil. “Isso não é só no papel. Tem todo um trabalho feito pelos produtores, pela agroindústria e pelo governo em cima de biosseguridade dentro das granjas para evitar a entrada de gripe aviária nos criatórios comerciais”. Contudo, o momento pede ainda mais cautela. “É preciso aumentar ainda mais a vigilância, afinal de contas a doença está nos rondando há muito tempo. O continente da América do Sul nunca tinha registrado caso de gripe aviária. Infelizmente os vetores dessa doença são aves migratórias e muitas já passaram pela América do Sul no período do Verão. Elas vieram e já voltaram, mas algumas aves marinhas foram acometidas pela Influenza. A gente deve ter muito cuidado a partir de agora para que não aconteça em aves comerciais, porque aí, sim, teríamos um problema”.


Medidas

No dia 22 de maio o Ministério da Agricultura e da Pecuária (MAPA) declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional em função da detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) - H5N1 - em aves silvestres no Brasil. De acordo com Enori Barbieri, a declaração do estado de emergência significa que “o MAPA está liberado a tomar todas as providências sanitárias possíveis, inclusive gastos extras para evitar que a doença se propague, sem ter que pedir licença ou fazer qualquer concorrência para comprar algum produto que possa melhorar a condição”.


Sociedade e avicultores mobilizados

O vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, reforça algumas informações para a população em geral. “Primeiro, dizer que isso não é um vírus que se transmite da carne das aves para os humanos. Logo, não há nenhum problema de consumo de carne de frango. Segundo, quando as pessoas enxergarem alguma ave silvestre morta, por favor não mexam nesse animal e comuniquem imediatamente o sistema sanitário para que o material seja coletado e enviado para laboratórios”. O telefone de contato da Cidasc para comunicação de qualquer suspeita de Influenza Aviária é o 0800 643 9300.

Para os avicultores, as principais orientações são no sentido de evitar o contato com outros animais, especialmente aves silvestres ou de vida livre, além de restringir o acesso de visitantes às granjas. No caso de funcionários, devem utilizar roupas exclusivas para ingressar no aviário. Já os veículos devem ser desinfetados antes da entrada e na saída dos estabelecimentos.

O produtor searaense Francisco Canossa explica que todos esses cuidados são respeitados e seguidos à risca na propriedade, localizada em linha Salete. “Aqui só entra o caminhão de ração após desinfecção, os técnicos responsáveis vestindo a roupa da granja e os funcionários, também devidamente trajados”. Acrescenta que sempre acompanha as orientações. “A gente tem muito cuidado sobre isso. Ouvimos as orientações dos técnicos e da empresa integradora, além de acompanhar as notícias nacionalmente”. Na propriedade, Canossa isolou com cerca a área próxima aos aviários e fez o reflorestamento nas imediações para impedir que as aves silvestres se aproximem.

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