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Tempo de valorização e empoderamento

  • - Psicóloga Tainara Nesi aponta a educação como ferramenta à mudança de cultura

Psicóloga diz que há motivos para comemorar, mas que discriminação não foi vencida.

Na próxima quarta-feira, 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher e, apesar das conquistas em relação ao direito e valorização do sexo feminino, há muitas questões que ainda denotam fortemente a discriminação com a mulher. Resultado de uma cultura historicamente patriarcal profundamente arraigada.

Em homenagem às mulheres, o Folhasete entrevistou a psicóloga, mestre em psicologia, palestrante e idealizadora do curso Plural e Sou Mulher, Tainara Cristina Nesi, de Concórdia, que falou sobre alguns temas que merecem reflexão.

Tainara destaca que o Dia Internacional da Mulher é um movimento antigo, datado de 1911, que ocorre no mundo inteiro, e que contribui para discussão e reflexão de causas importantes. Ressalta que nos últimos cinco anos, a sociedade vem construindo uma nova fase para a mulher com auxílio das ferramentas virtuais que propagam mais intensamente as informações. “Mostrando que a mulher é mãe, esposa, que serve a família, mas também tem todos atributos para desempenhar um papel mais ativo na sociedade, trabalhando onde ela quiser, decidindo e liderando, se quiser”.

Outro viés determinante, segundo a psicóloga, “é a mulher, enquanto sujeito, se sentir autêntica nesse processo e, prefiro usar o termo autenticidade em vez de empoderamento, em que ela constrói um modelo mental de força e valorização própria, sem precisar se encaixar em padrões estabelecidos”.

Afirma que houve mudanças positivas, mas pondera que “ainda temos muito chão pela frente, pois as mulheres ainda são minorias nas empresas, nos cargos e funções de lideranças. E a remuneração também é inferior ao homem. Apesar de sermos muito melhor qualificadas, ainda recebemos salários menores”.

Tainara Nesi salienta também os preconceitos sofridos cotidianamente. “Se você não é casada, se não tem filhos, se não trabalha em casa, a estética, enfim, são vários julgamentos preconceituosos da sociedade e da própria mulher que precisam acabar”.

Explica que são mais de 500 anos de história numa construção social ocupando um papel inferior em relação ao homem. “A gente não votava, não podia opinar e nem trabalhar fora. Foram longos anos de submissão para que haja uma transformação necessária com rapidez. Mas está ocorrendo um movimento muito forte de aceitação à diversidade. De uma maneira geral, estamos sendo impulsionadas, porém ainda temos muitas batalhas a enfrentar”.

Para alcançar o reconhecimento e valorização, segundo ela, o primeiro passo “é o autoconhecimento. Isso tem que partir de dentro de mim, eu entender que posição quero ocupar e de que lugar quero fazer parte. Se não estou feliz, o que devo fazer para encerrar esse ciclo e abrir outro? Acredito que quanto antes a mulher entender isso por si, e buscar desenvolver essa autenticidade com segurança, ela promoverá a mudança que espera”.


Obrigações

A mestre em psicologia, Tainara Nesi, destaca que o termo empoderamento feminino surge da base econômica e de uma sociedade moderna que ainda escraviza. “A gente não está amarrada num tronco, mas tem que entregar demais. Para mim, uma mulher empoderada é uma mulher autêntica, segura de si e do que quer”. Esclarece que “não tem a ver com a obrigação de liderar algo, acumular funções e bens materiais, como sugere nas entrelinhas deste termo levando em consideração as regras sociais dos novos tempos. Ao contrário. Se eu consigo, enquanto dona de casa, por exemplo, gerenciar bem as atividades e me sentir feliz e realizada com esse espaço, eu sou sim uma mulher empoderada”. Acrescenta que a educação é a grande ferramenta para romper processos e conceitos ultrapassados e realizar as mudanças necessárias pelo bem da humanidade.

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